Um olhar sobre a Economia Criativa
- Mariana Lima
- 2 de jan. de 2014
- 3 min de leitura
Por Mariana Lima
Muito se têm falado sobre Economia Criativa. Mas afinal, o que é isso? E o que isso tem a ver com meu negócio? A sociedade industrial que conhecemos, tem em seus pilares, a uniformização dos processos produtivos, a fabricação em larga escala e os rápidos canais de distribuição. Isso significa que, quanto mais se produz, com menor custo e maior velocidade, mais lucro se tem. Correto? Sim, mas não para os dias atuais.
Com o advento da globalização e das tecnologias digitais, tudo mudou. Se antes o empresário concorria com o fulano e o ciclano da esquina, hoje concorre com o mundo. Isso porque houve a fragmentação das cadeias produtivas em escala mundial. Um simples tênis pode ter o solado produzido na Coréia, o couro na China, o cadarço na Índia, ser montado em um país e comercializado por outro. Tudo isso para que o produto seja mais competitivo e conquiste mercados.
Diante disso, como o empresário deve se comportar para se manter no mercado? É aí que a Economia Criativa entra. Esse novo modelo econômico está baseado na criatividade e inovação, que valoriza o capital humano e advém dos resultados de indivíduos, ou grupos, exercitando sua imaginação e explorando seu valor econômico.
No ramo do atacado e do varejo temos o setor da moda como exemplo. Uma empresa com fabricação própria pode comprar o mesmo tecido que o seu concorrente ao lado e ambos produzirem um vestido similar. Ou uma das empresas pode investir em um estilista para criar uma verdadeira obra de arte em forma de vestido, com um modelo arrojado, uma estampa única. Isso é ser criativo! E com certeza agregará valor ao produto, a ponto de um mesmo tecido ter valores infinitas vezes maior entre uma marca e outra.
Não são mais apenas os ativos tangíveis que movimentam a economia, são também os intangíveis. Os produtos e serviços podem ser copiados, porém não a sua fonte, pois o talento criativo é único. A economia criativa é alavancada com a diversidade cultural. Quanto mais diverso e rico o conteúdo cultural de uma sociedade, maiores as suas possibilidades de desenvolvimento.
Belo Horizonte é uma cidade criativa e tem se destacado nos últimos anos pela inovação com os setores da tecnologia da informação, telecomunicação e biotecnologia. Destaca-se também a gastronomia, arquitetura, música, artesanato, literatura, moda, dança, teatro, produção audiovisual, novos circuitos de museus, oferta de eventos culturais e turismo. É uma cidade que tem como característica a hospitalidade, o receber bem o visitante.
Esse último fator é fundamental para desenvolver na cidade o que se tem chamado de Turismo Criativo. Como na economia, o setor turístico também está sofrendo transformações. É possível perceber que o viajante já não se contenta em ser apenas um espectador, esse novo turista busca as singularidades e autenticidades dos destinos, capazes de lhe proporcionar vivências únicas e de sentir-se parte do cotidiano de seus moradores.
Como se sabe, Minas Gerais é o Estado da diversidade cultural. Falta apenas utilizar essa característica a seu favor, estruturando produtos e os comercializando para proporcionar aos visitantes vivências memoráveis.
Sim, a economia criativa tem tudo a ver com o seu negócio. O mundo está em meio a mudanças, a corrida contra o tempo já começou e inúmeros países e estados brasileiros têm discutido sobre o tema. Cabe ao empresário mineiro buscar a inovação e a criatividade para se inserir nesse novo mercado e alavancar ainda mais seus negócios.














Comentários